Dicas

Estratégias para lidar com birras de forma empática: guia completo para famílias e profissionais

As birras fazem parte do desenvolvimento infantil e aparecem com mais intensidade entre 1 e 4 anos. Embora sejam desafiadoras para qualquer adulto, elas são uma forma de comunicação — especialmente quando a criança ainda não tem repertório emocional ou linguístico suficiente para expressar suas necessidades.

Quando acolhemos em vez de reprimir, ensinamos habilidades socioemocionais essenciais, fortalecemos vínculos e evitamos comportamentos mais intensos no futuro. Neste guia completo, você vai entender por que as birras acontecem, o que você pode fazer durante, depois e entre os episódios, além de estratégias práticas para aplicar no dia a dia.

O que são birras?

Birras são explosões emocionais que surgem quando a criança se sente frustrada, contrariada, cansada, com fome, superestimulada ou incapaz de comunicar algo. Podem incluir choro intenso, gritos, rigidez corporal, se jogar no chão, empurrar ou bater.

É importante destacar que:

  • Birra não é manipulação.

  • A criança pequena não tem maturidade para controlar emoções intensas.

  • O papel do adulto é emprestar regulação, não punir.

Por que as birras acontecem?

As principais causas incluem:

1. Frustração

A criança quer algo e não consegue. Ainda está construindo tolerância à frustração.

2. Necessidades básicas

Sono, fome, estímulos em excesso ou mudanças bruscas de rotina.

3. Comunicação limitada

Quando faltam palavras, o corpo fala.

4. Necessidade de conexão

Crianças se desorganizam emocionalmente quando se sentem desconectadas ou ignoradas.

5. Desenvolvimento natural do cérebro

O córtex pré-frontal, responsável pela autorregulação, ainda está imaturo.

O que fazer durante a birra

O objetivo não é parar a birra imediatamente, mas manter a criança segura e acolhida até que a emoção passe.

1. Mantenha a calma

A criança “pega emprestado” o seu estado emocional. Respire fundo antes de agir.

2. Valide sentimentos

Frases que ajudam:

  • “Eu sei que isso é difícil.”

  • “Você queria muito isso.”

  • “Eu estou aqui com você.”

Validação não significa concordar — significa reconhecer.

3. Ofereça presença e segurança

Se a criança aceita contato, abrace.
Se não aceita, fique perto e disponível.

4. Mantenha limites claros e firmes

Empatia não exclui limite.
Exemplo:
“Eu sei que você está bravo, mas não posso deixar você bater.”

5. Evite discussões, sermões e punições

Durante a crise, o cérebro não está em modo de aprendizagem.
Guardar a conversa para depois é mais eficaz.

6. Redirecione quando possível

Algumas crianças respondem bem à mudança de foco. Outras precisam viver a emoção até o fim. Observe qual é o caso.

O que fazer depois da birra

Quando a criança já se acalmou, é o momento ideal para ensinar habilidades.

1. Converse sobre o que aconteceu

Use linguagem simples:

  • “Você ficou bravo porque queria o brinquedo.”

  • “Seu corpo ficou muito cheio de sentimentos.”

Isso ajuda a criança a construir vocabulário emocional.

2. Ensine alternativas

  • Pedir ajuda

  • Usar palavras

  • Sugerir pausa sensorial

  • Respirar junto

3. Reforce comportamentos positivos

Quando a criança tenta se regular sozinha, mesmo que parcialmente, elogie:
“Você respirou fundo antes de chorar, isso foi ótimo!”

O que fazer entre as birras (prevenção)

A prevenção reduz a frequência e intensidade das crises.

1. Estabeleça rotinas consistentes

Rotinas previsíveis diminuem ansiedade e aumentam a sensação de segurança.

2. Prepare a criança para transições

Dê avisos com antecedência:
“Em cinco minutos vamos guardar os brinquedos.”

Use timers ou relógios visuais — ótimo momento para linkar produtos do seu site.

3. Ofereça escolhas para aumentar autonomia

Exemplos:

  • “Você quer a camiseta azul ou a verde?”

  • “Vamos pelo caminho A ou B?”

Escolhas simples evitam disputas desnecessárias.

4. Observe gatilhos

Mantenha um diário para perceber padrões:
— horário, ambiente, pessoas, atividades.

5. Invista em atividades sensoriais e motoras

Crianças reguladas corporalmente têm menos crises.

Sugestões que você pode linkar:

  • Massinha terapêutica

  • Brinquedos de pressão

  • Túnel sensorial

  • Painéis de atividades

O que não fazer

  • Dizer “pare de chorar”

  • Ignorar totalmente a criança

  • Gritar ou ameaçar

  • Ridicularizar (“que feio!”)

  • Comparar com outras crianças

  • Usar punições físicas ou isolamento prolongado

Essas práticas não ensinam regulação — ensinam medo.

Quando se preocupar?

Se as birras são muito frequentes, extremamente intensas, ou continuarem após os 6–7 anos, pode ser um sinal de que a criança precisa de suporte extra.
Procure orientação de um psicólogo infantil, terapeuta ocupacional ou neuropediatra.

Conclusão

Birras não são inimigas — são uma janela para o desenvolvimento emocional da criança.
Quando o adulto age com empatia, firmeza e paciência, transforma crises em oportunidades de aprendizagem.

E lembre-se: você não precisa passar por isso sozinho.
Brinquedos terapêuticos, recursos visuais e atividades sensoriais podem ser grandes aliados no processo — escolha aqueles que fazem sentido para a rotina da sua família ou escola.

Deixe um comentário